domingo, 27 de outubro de 2013

É ilícito fazer experiências científicas com animais?


O Laboratório da empresa de pesquisa Royal, em São Roque, foi invadido por alguns ativistas que libertaram 178 cãezinhos beagle que ali serviam como cobaias em experimentos científicos. Alguns se revoltaram contra os “cientistas sem coração”, que maltratavam os bichinhos, e outros defenderam o “direito da ciência” e dos cientistas; emocionalmente. Antes de tudo é preciso dizer que numa democracia o que rege a nação são as leis; e, depredar patrimônio alheio e destruir experiências científicas de alto custo, ou ainda danificar patrimônio alheio, é crime de acordo com o Código de Direito Penal. Os ativistas desprezaram as leis. Foram dez anos de pesquisa perdida segundo o Laboratório.
 A Igreja sempre ensinou que os animais foram feitos “para servir ao homem”, e que é lícito fazer experiências científicas com eles. Diz o nosso Catecismo que: “Deus confiou os animais à administração daquele que criou à sua imagem. É, portanto, legitimo servir-se dos animais para a alimentação... Podem ser domesticados, para ajudar o homem em seus trabalhos e lazeres. Os experimentos médicos e científicos em animais são práticas moralmente admissíveis, se permanecerem dentro dos limites razoáveis e contribuírem para curar ou salvar vidas humanas. É contrário à dignidade humana, fazer os animais sofrerem inutilmente e desperdiçar suas vidas. E igualmente indigno gastar com eles o que deveria prioritariamente aliviar a miséria dos homens. Pode-se amar os animais, porém não se deve orientar para eles o afeto devido exclusivamente às pessoas” (n.2417/8). Não é certamente qualquer pesquisa científica que justifica usar as cobaias animais; somente aquelas que beneficiam a saúde do homem. A Igreja ensina que os animais não são um fim em si mesmo, não têm alma imortal e se acabam totalmente na morte.
 Se não fossem as pesquisas feitas com o uso de cobaias animais, muitíssimos medicamentos que salvam vidas não poderiam ser descobertos e usados: vacinas, antibióticos, anti-inflamatórios, etc. Quem não aceita o uso de animais como cobaias, então, que não use os medicamentos fruto dessas experiências. Infelizmente nota-se que apenas os “sentimentos” são considerados como os únicos índices éticos, deixando-se a razão de lado. Parece que o emotivismo está sufocando o bom senso e a razão. Muitos cães e gatos de rua, maltratados e abandonados, não desfrutam dos mesmos cuidados dos animais cobaias nos laboratórios. E por que ainda estão nas ruas e abandonados, sujos, sarnentos e até perigosos? Na lógica desses ativistas emotivos não deveríamos, então, comer carne de peixes, frangos, boi, etc; e nem montar em cavalos e usá-los nas carroças.
Prof. Felipe Aquino

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