Dr. Stefano Gennarini
NOVA IORQUE, 9 de maio
(C-FAM) O Vaticano teve palavras fortes para especialistas da ONU que acusaram a
Igreja Católica de tortura por causa de seu ensino sobre o aborto.
“A Santa Sé condena a
tortura das pessoas, inclusive os torturados e mortos antes do nascimento,”
disse o arcebispo Silvano Tomasi, Núncio Apostólico na ONU em Genebra.
Created on Saturday, 10 May 2014 12:20
By Dra. Rebecca Oas
NOVA IORQUE, 9 de maio (C-FAM) O Instituto
Guttmacher anunciou sua nova presidente
nesta semana: uma militante do aborto que
argumentou contra a transparência na área de
estatísticas de saúde, preferindo “trancar
tudo o que é acadêmico numa caixa preta” até
concordarem com “um conjunto de números por
consenso.”
Ann
Starrs, que co-fundou Family Care
International, uma organização de promoção
do aborto, logo assumirá a liderança do
instituto de pesquisa fundado pela Federação
de Planejamento Familiar. O Instituto
Guttmacher se posiciona como a fonte
decisiva de dados sobre reprodução e
sexualidade.
Embora a abordagem de Starrs para com a
relação entre fatos e militância se alinhe
com seu novo patrão, a necessidade de debate
aberto das estatísticas mundiais de saúde
nunca foi maior, conforme ilustra a disputa
envolvendo as estimativas da ONU do número
de mulheres que morrem de causas
relacionadas à gravidez e parto.
Em 2010, o Instituto de Indicadores e
Avaliação de Saúde (IIAS), liderado pelo Dr.
Christopher Murray, ex-funcionário da
Organização Mundial de Saúde (OMS), publicou
um estudo na revista Lancet refutando os
números da ONU, mostrando que os níveis de
mortalidade materna eram muito mais baixos
do que a OMS havia por muito tempo afirmado.
O Dr. Richard Horton, editor do Lancet,
enfrentou pressões de grupos militantes para
adiar a publicação. Entre eles estava Ann
Starrs, que exortou os cientistas a “pelo
menos esconderem que há um desacordo” para
que os números conflitantes não
comprometessem os esforços dos militantes.
Líderes da ONU ecoaram o chamado de Starrs
por estatísticas “de consenso” acima da
independência acadêmica. Meses depois, o
grupo da ONU liderado pela OMS publicou seus
próprios números revisados, que eram muito
mais próximos das estimativas do IIAS para
aquele ano.
Essa não foi a única vez em que os rivais da
OMS contestaram seus dados. O IIAS revelou
que a malária havia causado o dobro de
número de mortes relatado pela OMS,
principalmente entre crianças.
Embora ambos grupos relatassem níveis
semelhantes de mortalidade materna no ano
passado, eles têm perspectivas
dramaticamente diferentes sobre a quantidade
de progresso que isso representa.
Na semana passada, o IIAS publicou uma
atualização sobre mortalidade materna
mundial no Lancet. Eles relatam quase
300.000 mortes maternas anuais em 2013, que
marca uma redução de 22% desde 1990.
Contudo, o grupo liderado pela OMS afirma
que a mortalidade materna caiu em 45% no
mesmo período. Ambas estimativas não
alcançam as expectativas das Metas de
Desenvolvimento do Milênio (MDM) cujo
objetivo é reduzir as mortes maternas em
três quartos entre 1990 e 2015. [Veja o
gráfico.]
A estimativa contestada de 1990 — 376.034
mortes maternas de acordo com o IIAS e
523.000 de acordo com a OMS — tem
importantes implicações para políticas
públicas para o futuro.
“A classe inteira [de militantes da área de
saúde materna] vive à custa de 500.000
mulheres morrendo anualmente nos últimos 30
anos,” o Dr. Murray disse ao jornal Guardian.
Militantes usaram o número inflado para
criar um sentimento de crise. Ele apresentou
os novos números como causa de grande
otimismo.
De acordo com o IIAS, a mortalidade materna
está diminuindo de forma constante, mas
muito mais gradualmente do que se pensava no
passado. Além do mais, a melhoria ocorreu
antes das MDMs, e não é prontamente evidente
que as MDMs aceleraram o processo.
Enquanto os países membros da ONU decidem as
novas Metas de Desenvolvimento Sustentável
que substituirão as MDMs, dados
transparentes e exatos são essenciais para
garantir que recursos finitos sejam
colocados para o melhor uso possível. Isso é
particularmente crucial quando ativistas
igualam a defesa de “soluções” específicas —
tal como aborto — com a defesa da saúde das
mulheres em linhas gerais.
Quando informada na conferência Women
Deliver do ano passado que um medicamento
que impede a hemorragia após o parto não
poderia de forma exata ser descrito como
“salvador de vidas,” Starrs respondeu que
devido “ao intervalo de atenção e às
expectativas dos responsáveis por políticas
públicas” precisava haver “um pouco menos de
exageração” nas mensagens dos ativistas.
Tradução: Julio Severo
Nenhum comentário:
Postar um comentário