domingo, 11 de maio de 2014

Vaticano Diz a ONU que Aborto é uma Forma de Tortura

Dr. Stefano Gennarini

NOVA IORQUE, 9 de maio (C-FAM) O Vaticano teve palavras fortes para especialistas da ONU que acusaram a Igreja Católica de tortura por causa de seu ensino sobre o aborto.
“A Santa Sé condena a tortura das pessoas, inclusive os torturados e mortos antes do nascimento,” disse o arcebispo Silvano Tomasi, Núncio Apostólico na ONU em Genebra.


Created on Saturday, 10 May 2014 12:20

By Dra. Rebecca Oas
NOVA IORQUE, 9 de maio (C-FAM) O Instituto Guttmacher anunciou sua nova presidente nesta semana: uma militante do aborto que argumentou contra a transparência na área de estatísticas de saúde, preferindo “trancar tudo o que é acadêmico numa caixa preta” até concordarem com “um conjunto de números por consenso.”

Ann Starrs, que co-fundou Family Care International, uma organização de promoção do aborto, logo assumirá a liderança do instituto de pesquisa fundado pela Federação de Planejamento Familiar. O Instituto Guttmacher se posiciona como a fonte decisiva de dados sobre reprodução e sexualidade.
Embora a abordagem de Starrs para com a relação entre fatos e militância se alinhe com seu novo patrão, a necessidade de debate aberto das estatísticas mundiais de saúde nunca foi maior, conforme ilustra a disputa envolvendo as estimativas da ONU do número de mulheres que morrem de causas relacionadas à gravidez e parto.

Em 2010, o Instituto de Indicadores e Avaliação de Saúde (IIAS), liderado pelo Dr. Christopher Murray, ex-funcionário da Organização Mundial de Saúde (OMS), publicou um estudo na revista Lancet refutando os números da ONU, mostrando que os níveis de mortalidade materna eram muito mais baixos do que a OMS havia por muito tempo afirmado. O Dr. Richard Horton, editor do Lancet, enfrentou pressões de grupos militantes para adiar a publicação. Entre eles estava Ann Starrs, que exortou os cientistas a “pelo menos esconderem que há um desacordo” para que os números conflitantes não comprometessem os esforços dos militantes.

Líderes da ONU ecoaram o chamado de Starrs por estatísticas “de consenso” acima da independência acadêmica. Meses depois, o grupo da ONU liderado pela OMS publicou seus próprios números revisados, que eram muito mais próximos das estimativas do IIAS para aquele ano.
Essa não foi a única vez em que os rivais da OMS contestaram seus dados. O IIAS revelou que a malária havia causado o dobro de número de mortes relatado pela OMS, principalmente entre crianças.

Embora ambos grupos relatassem níveis semelhantes de mortalidade materna no ano passado, eles têm perspectivas dramaticamente diferentes sobre a quantidade de progresso que isso representa.
Na semana passada, o IIAS publicou uma atualização sobre mortalidade materna mundial no Lancet. Eles relatam quase 300.000 mortes maternas anuais em 2013, que marca uma redução de 22% desde 1990. Contudo, o grupo liderado pela OMS afirma que a mortalidade materna caiu em 45% no mesmo período. Ambas estimativas não alcançam as expectativas das Metas de Desenvolvimento do Milênio (MDM) cujo objetivo é reduzir as mortes maternas em três quartos entre 1990 e 2015. [Veja o gráfico.]

A estimativa contestada de 1990 — 376.034 mortes maternas de acordo com o IIAS e 523.000 de acordo com a OMS — tem importantes implicações para políticas públicas para o futuro.
“A classe inteira [de militantes da área de saúde materna] vive à custa de 500.000 mulheres morrendo anualmente nos últimos 30 anos,” o Dr. Murray disse ao jornal Guardian. Militantes usaram o número inflado para criar um sentimento de crise. Ele apresentou os novos números como causa de grande otimismo.

De acordo com o IIAS, a mortalidade materna está diminuindo de forma constante, mas muito mais gradualmente do que se pensava no passado. Além do mais, a melhoria ocorreu antes das MDMs, e não é prontamente evidente que as MDMs aceleraram o processo.
Enquanto os países membros da ONU decidem as novas Metas de Desenvolvimento Sustentável que substituirão as MDMs, dados transparentes e exatos são essenciais para garantir que recursos finitos sejam colocados para o melhor uso possível. Isso é particularmente crucial quando ativistas igualam a defesa de “soluções” específicas — tal como aborto — com a defesa da saúde das mulheres em linhas gerais.

Quando informada na conferência Women Deliver do ano passado que um medicamento que impede a hemorragia após o parto não poderia de forma exata ser descrito como “salvador de vidas,” Starrs respondeu que devido “ao intervalo de atenção e às expectativas dos responsáveis por políticas públicas” precisava haver “um pouco menos de exageração” nas mensagens dos ativistas.
Tradução: Julio Severo

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