quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

“E vós, quem dizeis que eu sou?”


Jesus encerra o Seu ministério entre os gentios e decide dirigir-se para o sul a caminho de Jerusalém, pela Judeia, em um ambiente exclusivamente judaico para ali anunciar o Evangelho. Depois de tudo o que falou e fez entre os gentios, agora quer colher a consciência popular, saber o que as pessoas dizem a Seu respeito. “Quem o povo diz que eu sou?”, Ele pergunta.
O Mestre sabia das diversas imagens a respeito de Sua personalidade, mas quis ouvir dos Seus, o que eles estavam escutado pelos ‘bastidores’. A pergunta lhes é dirigida na ocasião de uma viagem em direção às aldeias de Cesareia de Filipe. Como era do conhecimento
de Jesus, as respostas eram divergentes, até mesmo absurdas: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias; e outros que és um dos profetas” (Marcos 8,28).
Falar sobre o que os outros diziam sobre Jesus era tão fácil que todos  se levantaram e se pronunciaram. Mas o que Jesus queria mesmo era ouvir dos discípulos o que eles pensavam sobre o Mestre. Até porque Ele não estava interessado em saber o que o povo dizia,
pois isso Ele já sabia.
Jesus queria saber se, no coração de Seus discípulos, já se delineara a certeza de Sua essência. Então, redireciona a pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?“. Diante desta terrível pergunta, Pedro, cheio do Espírito Santo, logo se apresenta para afirmar: “Tu
és o Cristo
“. Em Mateus aparece a profissão de fé mais contundente: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.
A esta afirmação, Jesus adverte que ainda não era hora de tornar pública toda a verdade, por isso pediu que esperassem um pouco mais para começar a propagar que Deus se fizera carne e habitava entre nós. O Senhor percebeu que havia alcançado Seu objetivo entre
os discípulos e que este conhecimento os fortaleceria para pregarem a Sua mensagem a todos os demais.
Eis o segredo de um ministério vitorioso: deixar bem claro, na mente e no coração de todos, a Verdade para que estes deem continuidade à pregação com zelo, certeza e firmeza. Jesus começa a mostrar a Seus discípulos o que O aguardava: “O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, três dias depois, ressuscitará”.
Esta parte era a mais dura de se ouvir, a ponto de constranger os discípulos, pois eles esperavam que seu líder fosse reconhecido e homenageado pelos príncipes e recebesse honrarias, mas não o contrário. Isso pareceu fora de propósito. Foi por isso que Pedro
chamou Jesus à parte e começou a reprová-Lo. Jesus, então, conclui que até Pedro tinha dado ouvidos a satanás e, virando-lhe as costas, volta-se em direção aos discípulos e repreende com veemência o espírito que falava pela boca de Pedro naquela hora: “Saia
da minha frente, Satanás! Você está pensando como um ser humano pensa, não como Deus pensa”.
Este episódio nos demonstra que os apóstolos não estavam suficientemente maduros, pois ainda permitiam que o inimigo se manifestasse no meio deles.
Esta, muitas vezes, é a minha e a sua situação quando não vivemos a constante vigilância e oração: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação”. Distraídos, o diabo pode  nos
pegar de surpresa e nos derrubar em questão de segundos.
Graças a Deus, o tempo do titubeio durou pouco. Logo, os discípulos ficaram prontos para o ministério da salvação. Assim como eles, também precisamos pedir a Deus a graça do
amadurecimento gradual da fé em nós e a revelação da verdadeira identidade de Jesus, Servo fiel, cuja vida esteve totalmente entregue nas mãos do Pai.
“Pai, revela-me a verdadeira identidade de Jesus, Servo fiel, cuja vida esteve totalmente entregue em Suas mãos. Dê-me a graça de, como Ele, ser fiel ao Senhor.

Padre Bantu Mendonça

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