Da Redação com Diário do Sertão e Colunista Renato   Moreira
Há grandes homens em nosso meio. Precisamos torná-los conhecidos para que outros, estimulados pelos seus exemplos, sigam-lhes os passos. Nossa juventude, em especial, carece de referenciais.
Há grandes homens em nosso meio. Precisamos torná-los conhecidos para que outros, estimulados pelos seus exemplos, sigam-lhes os passos. Nossa juventude, em especial, carece de referenciais.
  O Padre Gervásio Fernandes de Queiroga é um destes homens. Sinto honra e   privilégio em chamá-lo de PAI. O que sou e o que sei (verdade é que nada sou   e que pouco sei) devo a ele. Permitam-me apresentá-lo a quem não o conhece.Nascido em junho de 1934, é doutor em direito canônico, mestre em filosofia e em teologia, pela Universidade Gregoriana, de Roma, e bacharel em ciências jurídicas, pela Universidade Federal da Paraíba, onde também foi professor no curso de direito do campus de Sousa/PB. Foi assessor da presidência da CNBB Nacional por 21 anos, tendo trabalhado ao lado de gigantes da Igreja do Brasil, como Dom Ivo Lorscheiter e seu primo, Dom Aluísio Lorscheiter, Dom Luciano Mendes de Almeida e Dom Raymundo de Assis Damasceno, atual cardeal de Aparecida; coordenador diocesano de pastoral das dioceses de Patos e de Cajazeiras não poucas vezes.
  Nos anos de chumbo, em tempos de uma Cajazeiras mais séria, voltada para os   debates sérios (daqueles que, hoje em dia, não há mais), frequentava as   rodas sociais e culturais para, como ele mesmo diz, “fazer presente a   Igreja”. Poucos sabem, mas o Festival da Canção, que já está em edições   avançadas, foi iniciativa sua e dos seus grupos de jovens. Do mesmo modo,   estimulou a criação dos sindicatos rurais do interior da Paraíba, com a   permissão de Dom Zacarias, Bispo que o ordenou no dia 26 de julho de 1961.
  Completará, portanto, na próxima terça-feira, 50   anos de sacerdócio, vividos na entrega a Deus e no serviço à   Igreja.
  Fundou, em 1985, o Instituto Jesus Missionário dos Pobres, raiz da Sociedade   Missionária para a Evangelização dos Pobres, fruto de seu incansável coração   missionário. Por suas mãos formativas, somente no Instituto de Filosofia   “Verdade e Vida”, já passaram mais de 40 jovens que, hoje, em várias   dioceses do Nordeste, são padres. Muitos outros, bons cidadãos e bons pais   de família, bons profissionais e bons cristãos.
  Dentre todos os padres, bispos e cardeais que conheço, sem sombra de   dúvidas, é um dos que mais me impressiona pela sua integridade, inteireza,   retidão. É conhecido pela sua inteligência, mas, devido à grata convivência   que tenho com ele, e que começou em 1994, não temo em afirmar que a sua   santidade de vida é o que mais conta. Deus sabe o quanto de paciência teve e   tem para com quem, aflito, lhe procura, por vezes altas horas da noite, para   chorar, desabafar e receber não tanto uma palavra emotiva, mas, racional,   por isso mesmo firme e segura, como um farol.
  Fé e razão conjugam-se nele com a perfeição de quem, há anos, as vive na   extrema simplicidade intelectual e afetiva. É despojadíssimo: nunca o vi   comprando uma camisa sequer para si (e não é que receba muitas de presente).   Sustenta, com recursos pessoais, a obra que fundou. A caridade, silenciosa,   bem ao seu estilo, é uma de suas marcas, assim como o seu temperamento   peculiar.
  Nestes 50 anos de vida sacerdotal, bem que merecia reconhecimento mais   explícito dos seus, do instituto que fundou, da sua diocese, das dioceses   pelas quais trabalhou e trabalha, derramando noite e dia sangue e suor. Mas,   como esta escrito no Evangelho, “nemo   profeta in domo sua” (ninguém é profeta em sua casa).
  Padre Gervásio mais que merece o título de MONSENHOR. Pela sua inteligência,   pelos seus serviços prestados (não poucas vezes eu o vi exaurir-se – E   ADOECER – para entregar a tempo e com a máxima perfeição documentos de suma   responsabilidade a ele confiados). Mas, nosso Padre merece ser reconhecido   muito mais pela sua santidade, pela sua coerência de vida.
  Antes de tudo, Padre Gervásio é um SACERDOTE   SANTO, DIGNO MINISTRO DO DEUS ALTÍSSIMO. Por tudo o que fez pela   Igreja do Brasil, talvez o reconhecimento venha de longe, dos de fora.
  Parabéns, meu querido pai. Alegro-me e, tenho certeza, não sozinho. Muitos   se alegram comigo e com o senhor por esta data tão especial: bodas de ouro   sacerdotais, na plena fidelidade a Cristo e à sua Igreja. “Tu   es sacerdos in aeternum...”
Fonte:     http://www.diocajazeiras.com
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